21 de set. de 2010

Dificuldades de aprendizagem

As dificuldades de aprendizagem que surgem precocemente na pré escola , são de grande importância e a esperança de que o tempo as fará desaparecer , quase sempre não se concretiza
Problemas de imaturidade global não são a única causa de tais perturbações e uma discrepância entre o potencial da criança e a sua execução, devem sempre ser avaliadas com cuidado por um profissional especializado em dificuldades de aprendizagem, qualquer que seja sua idade. A maioria dos transtornos de aprendizagem, se estabecem antes dos sete anos de idade.

É um consenso em educação, que as crianças que apresentam dificuldades em acompanhar seus colegas de turma na aquisição de novas habilidades básicas, estão correndo o risco de terem problemas nas diferentes áreas escolares de séries posteriores e no seu desenvolvimento cognitivo, social e afetivo, como um todo .
As primeiras experiencias na escola são da maior importância, já que o fracasso escolar vai ocasionar o desenvolvimento de .um crescente sentimento de frustração e baixa auto estima.
Muitos sintomas podem denunciar esse estado na criança pequena, que ainda não consegue expressar com palavras os seus sentimentos.Pode por exemplo, tornar-se ansiosa , não conseguir dormir bem, apresentar outras condutas regressivas,como voltar a urinar na cama .
.Muitas começam a roer unhas,chorar sem motivo aparente, não querer comer ou comer compulsivamente.Algumas se queixam de cansaço permanente e dores imaginárias.Estão sempre frustradas e insatisfeitas. Podem surgir problemas psicossomáticos e de agressividade em diferentes níveis.

Quando um pouco mais velhas , não demonstram mais curiosidade ,se tornam apáticas e se desinteressam pelo estudo, já que mesmo se esforçando , não conseguem acompanhar seus coleguinhas na aprendizagem.
Sua auto estima comprometida , faz aparecer comportamentos que demonstram insegurança e condutas de compensação como a agressividade,a rebeldia ,o pouco caso, etc., o que é preocupante, já que nessa idade sua identidade está em formação.

A auto estima é um juízo de valor que uma pessoa tem de si mesma a partir da competência que demonstra na execução de diferentes tarefas e da valorização que as pessoas que a cercam lhe dão.Como as crianças normalmente dão muita importância ao amor de seus pais , familiares,professores e coleguinhas, é de se esperar que nesses dois ambientes, família e escola, se desenvolva seu padrão de valorização pessoal.

Assim, ser mal sucedida na escola, ser alvo de brincadeiras e críticas constantes , faz com que duvide do amor que lhe dedicam , que deve ser incondicional, para transmitir-lhe a segurança de que precisa para se tornar um adulto forte. Também passa a acreditar de que é diferente dos demais por não conseguir bons resultados em seus intentos , apesar de seus esforços e assim tenderá a se achar menos capacitada.

A auto estima enfraquecida desde suas raízes, cria sentimentos de menos valia e insegurança, que acabam por gerar um ciclo vicioso de fracaso e baixa auto estima: quanto menor um , maior o outro...
Por esses motivos, aconselhamos pais e professores a estarem atentos a seus filhos e alunos.Procurar um psicopedagogo, pode afastar desde cedo , problemas importantes de aprendizagem da vida de muitas crianças.

* Maria Irene Maluf
Pedagoga habilitada em Educação Especial
Psicopedagoga Clínica
Vice Presidente da Associação Brasileira de Psicopedagogia
Sócia Honorária da Associação Portuguesa de Psicopedagogos


Hiperatividade ou TDAH

 

O que é Hiperatividade ou TDAH?


Marina da Silveira Rodrigues Almeida
Sócia-Proprietária do Instituto Inclusão Brasil. Consultora em Educação
Psicóloga Clínica e Educacional , Pedagoga Especialista e Psicopedagoga
Instituto Inclusão Brasil

O que é o TDAH?
O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e freqüentemente acompanha o indivíduo por toda a sua vida.
Ele se caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade.
Ele é chamado às vezes de DDA (Distúrbio do Déficit de Atenção).
Em inglês, também é chamado de ADD, ADHD ou de AD/HD.
Existe mesmo o TDAH?
Ele é reconhecido oficialmente por vários países e pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Em alguns países, como nos Estados Unidos, portadores de TDAH são protegidos pela lei quanto a receberem tratamento diferenciado na escola.
Não existe controvérsia sobre a existência do TDAH?
Não, nenhuma. Existe inclusive um Consenso Internacional publicado pelos mais renomados médicos e psicólogos de todo o mundo a este respeito. Consenso é uma publicação científica realizada após extensos debates entre pesquisadores de todo o mundo, incluindo aqueles que não pertencem a um mesmo grupo ou instituição e não compartilham necessariamente as mesmas idéias sobre todos os aspectos de um transtorno.

Por que algumas pessoas insistem que o TDAH não existe?
Pelas mais variadas razões, desde inocência e falta de formação científica até mesmo má-fé. Alguns chegam a afirmar que “o TDAH não existe”, é uma “invenção” médica ou da indústria farmacêutica, para terem lucros com o tratamento.
No primeiro caso se incluem todos aqueles profissionais que nunca publicaram qualquer pesquisa demonstrando o que eles afirmam categoricamente e não fazem parte de nenhum grupo científico. Quando questionados, falam em “experiência pessoal” ou então relatam casos que somente eles conhecem porque nunca foram publicados em revistas especializadas. Muitos escrevem livros ou têm sítios na Internet, mas nunca apresentaram seus “resultados” em congressos ou publicaram em revistas científicas, para que os demais possam julgar a veracidade do que dizem.
Os segundos são aqueles que pretendem “vender” alguma forma de tratamento diferente daquilo que é atualmente preconizado, alegando que somente eles podem tratar de modo correto.
Tanto os primeiros quanto os segundos afirmam que o tratamento do TDAH com medicamentos causa conseqüências terríveis. Quando a literatura científica é pesquisada, nada daquilo que eles afirmam é encontrado em qualquer pesquisa em qualquer país do mundo. Esta é a principal característica destes indivíduos: apesar de terem uma “aparência” de cientistas ou pesquisadores, jamais publicaram nada que comprovasse o que dizem.
O TDAH é comum?
Ele é o transtorno mais comum em crianças e adolescentes encaminhados para serviços especializados. Ele ocorre em 3 a 5% das crianças, em várias regiões diferentes do mundo em que já foi pesquisado. Em mais da metade dos casos o transtorno acompanha o indivíduo na vida adulta, embora os sintomas de inquietude sejam mais brandos.

Quais são os sintomas de TDAH?
O TDAH se caracteriza por uma combinação de dois tipos de sintomas:
1) Desatenção
2) Hiperatividade-impulsividade
O TDAH na infância em geral se associa a dificuldades na escola e no relacionamento com demais crianças, pais e professores. As crianças são tidas como "avoadas", "vivendo no mundo da lua" e geralmente "estabanadas" e com "bicho carpinteiro" ou “ligados por um motor” (isto é, não param quietas por muito tempo). Os meninos tendem a ter mais sintomas de hiperatividade e impulsividade que as meninas, mas todos são desatentos. Crianças e adolescentes com TDAH podem apresentar mais problemas de comportamento, como por exemplo, dificuldades com regras e limites.
Em adultos, ocorrem problemas de desatenção para coisas do cotidiano e do trabalho, bem como com a memória (são muito esquecidos). São inquietos (parece que só relaxam dormindo), vivem mudando de uma coisa para outra e também são impulsivos ("colocam os carros na frente dos bois"). Eles têm dificuldade em avaliar seu próprio comportamento e quanto isto afeta os demais à sua volta. São freqüentemente considerados “egoístas”. Eles têm uma grande freqüência de outros problemas associados, tais como o uso de drogas e álcool, ansiedade e depressão.

Quais são as causas do TDAH?
Já existem inúmeros estudos em todo o mundo - inclusive no Brasil - demonstrando que a prevalência do TDAH é semelhante em diferentes regiões, o que indica que o transtorno não é secundário a fatores culturais (as práticas de determinada sociedade, etc.), o modo como os pais educam os filhos ou resultado de conflitos psicológicos.
Estudos científicos mostram que portadores de TDAH têm alterações na região frontal e as suas conexões com o resto do cérebro. A região frontal orbital é uma das mais desenvolvidas no ser humano em comparação com outras espécies animais e é responsável pela inibição do comportamento (isto é, controlar ou inibir comportamentos inadequados), pela capacidade de prestar atenção, memória, autocontrole, organização e planejamento.
O que parece estar alterado nesta região cerebral é o funcionamento de um sistema de substâncias químicas chamadas neurotransmissores (principalmente dopamina e noradrenalina), que passam informação entre as células nervosas (neurônios).
Existem causas que foram investigadas para estas alterações nos neurotransmissores da região frontal e suas conexões.

A) Hereditariedade:
Os genes parecem ser responsáveis não pelo transtorno em si, mas por uma predisposição ao TDAH. A participação de genes foi suspeitada, inicialmente, a partir de observações de que nas famílias de portadores de TDAH a presença de parentes também afetados com TDAH era mais freqüente do que nas famílias que não tinham crianças com TDAH. A prevalência da doença entre os parentes das crianças afetadas é cerca de 2 a 10 vezes mais do que na população em geral (isto é chamado de recorrência familial).
Porém, como em qualquer transtorno do comportamento, a maior ocorrência dentro da família pode ser devido a influências ambientais, como se a criança aprendesse a se comportar de um modo "desatento" ou "hiperativo" simplesmente por ver seus pais se comportando desta maneira, o que excluiria o papel de genes. Foi preciso, então, comprovar que a recorrência familial era de fato devida a uma predisposição genética, e não somente ao ambiente. Outros tipos de estudos genéticos foram fundamentais para se ter certeza da participação de genes: os estudos com gêmeos e com adotados. Nos estudos com adotados comparam-se pais biológicos e pais adotivos de crianças afetadas, verificando se há diferença na presença do TDAH entre os dois grupos de pais. Eles mostraram que os pais biológicos têm 3 vezes mais TDAH que os pais adotivos.
Os estudos com gêmeos comparam gêmeos univitelinos e gêmeos fraternos (bivitelinos), quanto a diferentes aspectos do TDAH (presença ou não, tipo, gravidade etc...). Sabendo-se que os gêmeos univitelinos têm 100% de semelhança genética, ao contrário dos fraternos (50% de semelhança genética), se os univitelinos se parecem mais nos sintomas de TDAH do que os fraternos, a única explicação é a participação de componentes genéticos (os pais são iguais, o ambiente é o mesmo, a dieta, etc.). Quanto mais parecidos, ou seja, quanto mais concordam em relação àquelas características, maior é a influência genética para a doença. Realmente, os estudos de gêmeos com TDAH mostraram que os univitelinos são muito mais parecidos (também se diz "concordantes") do que os fraternos, chegando a ter 70% de concordância, o que evidencia uma importante participação de genes na origem do TDAH.
A partir dos dados destes estudos, o próximo passo na pesquisa genética do TDAH foi começar a procurar que genes poderiam ser estes. É importante salientar que no TDAH, como na maioria dos transtornos do comportamento, em geral multifatoriais, nunca devemos falar em determinação genética, mas sim em predisposição ou influência genética. O que acontece nestes transtornos é que a predisposição genética envolve vários genes, e não um único gene (como é a regra para várias de nossas características físicas, também). Provavelmente não existe, ou não se acredita que exista, um único "gene do TDAH". Além disto, genes podem ter diferentes níveis de atividade, alguns podem estar agindo em alguns pacientes de um modo diferente que em outros; eles interagem entre si, somando-se ainda as influências ambientais. Também existe maior incidência de depressão, transtorno bipolar (antigamente denominado Psicose Maníaco-Depressiva) e abuso de álcool e drogas nos familiares de portadores de TDAH.

B) Substâncias ingeridas na gravidez:
Tem-se observado que a nicotina e o álcool quando ingeridos durante a gravidez podem causar alterações em algumas partes do cérebro do bebê, incluindo-se aí a região frontal orbital. Pesquisas indicam que mães alcoolistas têm mais chance de terem filhos com problemas de hiperatividade e desatenção. É importante lembrar que muitos destes estudos somente nos mostram uma associação entre estes fatores, mas não mostram uma relação de causa e efeito.

C) Sofrimento fetal:
Alguns estudos mostram que mulheres que tiveram problemas no parto que acabaram causando sofrimento fetal tinham mais chance de terem filhos com TDAH. A relação de causa não é clara. Talvez mães com TDAH sejam mais descuidadas e assim possam estar mais predispostas a problemas na gravidez e no parto. Ou seja, a carga genética que ela própria tem (e que passa ao filho) é que estaria influenciando a maior presença de problemas no parto.

D) Exposição a chumbo:
Crianças pequenas que sofreram intoxicação por chumbo podem apresentar sintomas semelhantes aos do TDAH. Entretanto, não há nenhuma necessidade de se realizar qualquer exame de sangue para medir o chumbo numa criança com TDAH, já que isto é raro e pode ser facilmente identificado pela história clínica.

E) Problemas Familiares:
Algumas teorias sugeriam que problemas familiares (alto grau de discórdia conjugal, baixa instrução da mãe, famílias com apenas um dos pais, funcionamento familiar caótico e famílias com nível socioeconômico mais baixo) poderiam ser a causa do TDAH nas crianças. Estudos recentes têm refutado esta idéia. As dificuldades familiares podem ser mais conseqüência do que causa do TDAH (na criança e mesmo nos pais).
Problemas familiares podem agravar um quadro de TDAH, mas não causá-lo.
F) Outras Causas
Outros fatores já foram aventados e posteriormente abandonados como causa de TDAH:
1. corante amarelo
2. aspartame
3. luz artificial
4. deficiência hormonal (principalmente da tireóide)
5. deficiências vitamínicas na dieta.
Todas estas possíveis causas foram investigadas cientificamente e foram desacreditadas. 

Fonte: ABTADHI

O adolescente e o stress



A adolescência é uma etapa do desenvolvimento humano caracterizada por alterações físicas, psíquicas e sociais. Segundo a Organização Mundial da Saúde, o adolescente é aquele indivíduo que se encontra entre os dez e vinte anos de idade. Já o Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, estabelece no Art. 2º o seguinte: “... Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade...”. Atualmente o conceito mais aceito é o de que não existe adolescência e sim adolescências em função do panorama político e social do momento. Nesse sentido o tema do stress na adolescência vem chamando a atenção dos especialistas. Devido às mudanças drásticas que estão ocorrendo em diversos setores da sociedade, os casos de stress nesta população são quase comparáveis a média registrada entre os adultos.

A adolescência é um dos períodos mais importantes da vida do indivíduo, é nela que a criança se transforma em adulto, delimitando seu potencial psicológico, físico e social. Na evolução da infância para a fase adulta, o indivíduo atravessa muitos estágios, devido ao crescimento acelerado de seu corpo acompanhado pelo funcionamento vigoroso dos sistemas endócrino e nervoso.

Os aspectos físicos da adolescência, como crescimento e maturação sexual, são componentes da puberdade, vivenciados de forma semelhante por todos os indivíduos. Mas no que tange às dimensões psicológicas e sociais, estas são vivenciadas de maneira diferente em cada sociedade, geração e família. E nesse contexto, onde a subjetividade e os aspectos sócio – culturais assumem um caráter significativo, que pode surgir o stress do adolescente. Nesta fase ocorrem pe

ríodos de extrema instabilidade emocional, é o momento em que o novo se faz presente, através do surgimento de um novo corpo, novas idéias, relações e experiências. A busca por uma identidade torna-se questão de honra e para isso é necessário desafiar as autoridades e as regras.

Ciulla (1976) aponta que há 6000 anos atrás um certo sacerdote egípicio já se referia ao comportamento adolescente com um certo pesar, ele escreveu que “...Vivemos numa era de decadência onde os jovens já não respeitam mais os pais. São grosseiros e impacientes...”. Parece que de lá para cá nada mudou, as queixas sobre o comportamento do adolescente são milenares.

Essa fase turbulenta por vezes é caracterizada por crises religiosas, conflitos familiares, principalmente no que se refere às questões relacionadas à imposição de limites, agressividade, introspecção e dificuldades sexuais.

A presença do stress na adolescência é capaz de intensificar este quadro, Arnett (1999) considera que apesar de que nem todo adolescente tem stress, a probabilidade de desenvolvê-lo é maior na adolescência do que em qualquer outra faixa etária, dependendo da cultura e de diferenças individuais existentes (CALAIS ET AL 2003).

Nesse período existe uma predisposição ao desenvolvimento de quadros patológicos e fatores ambientais desfavoráveis podem ser responsáveis por desencadear alguns desses processos, manifestados por estados depressivos, fobias, comportamentos obsessivos – compulsivos, consumo de bebidas alcoólicas e drogas.

O` Gata (2004) afirma que a modernidade trouxe muitos benefícios e avanços para a sociedade, mas junto com eles, vieram uma série de pressões, vida acelerada, tensão constante, desafios, competições e a violência. Não é de hoje que a adolescência é reconhecida por ser caótica, rebelde e inovadora, porém é necessário considerar que ao fazer parte de uma sociedade que esta em constante transformação, todos os seus integrantes, inclusive os adolescentes, sofrem com as conseqüências desse estado.

As mudanças drásticas que vem ocorrendo em diversos setores, valores éticos, econômicos e políticos, e o crescente fenômeno da globalização, que se alastra através do mundo todo, têm um papel determinante na evolução do stress entre todos os indivíduos, inclusive dos adolescentes.

A organização mundial de Saúde alerta que as doenças neuropsiquiátricas atingem uma a cada quatro pessoas em todo o mundo, chegando a 40% se forem incluídos os distúrbios ligados ao stress. Além disso, de cada dez adolescentes, estima-se, três são vítimas do stress. É quase a média registrada entre os adultos – 50%.

Apesar desses dados alarmantes, poucos estudos têm se dedicado à investigação do stress no adolescente. Mulatu (1995) em uma pesquisa com crianças de 6 a 11 anos da Etiópia, pesquisou 317 meninas e 294 meninos, para verificar a prevalência de fatores psicopatológicos nessas crianças, gerada pela situação de carência vivida pelo país. O estudo revelou que, em ambas as amostras, existiam problemas como: agressividade, incomunicabilidade, ansiedade, depressão, hiperatividade, imaturidade e delinqüência. A presença dos sintomas de stress foi verificada em 21,45% dos meninos e 25,17% das meninas.

Dessa forma, considerando-se que a adolescência se constitui em uma população suscetível e influenciável às estimulações externas psicossociais, conhecer como o stress se manifesta neste grupo é de fundamental importância para os próprios adolescentes, pais e professores.

Fatores contribuintes para o stress do adolescente

A palavra stress foi empregada inicialmente pela física, para traduzir o grau de deformidade sofrido por um material quando submetido a um esforço ou tensão. O médico endocrinologista Hans Selye (1936) transpôs este termo para a medicina e biologia, definindo o stress como síndrome de adaptação.

Segundo a definição de Lipp (2004), o stress é uma reação normal do organismo e indispensável para a sobrevivência, caracterizando-se por ser um processo complexo, com componentes psicobioquímicos e que tem seu mecanismo desencadeado em resposta a uma necessidade significativa de adequação, frente a um estímulo estressor. Em doses moderadas fornece motivação e o aumento da produtividade, mas em doses excessivas resulta em destruição e desequilíbrio orgânico, prejudicando a qualidade de vida, atingindo as áreas social, da saúde e profissional.

De um modo geral, para que ocorra uma situação de stress é necessária à influência não apenas de um único fator, mas de vários fatores. Estes irão se constituir numa fonte de pressão que levará a angústia do indivíduo e do sistema que o cerca (família, grupo de amigos e escola), desencadeando um estado crescente de tensão e desequilíbrio.

As circunstâncias que contribuem para o desenvolvimento do stress nos adolescentes podemos sem classificadas em dois tipos, os fatores externos e internos. Os fatores externos são aqueles relativos ao meio social em que vivo o indivíduo, são eles, exigências familiares, grupos de amigos, excesso de responsabilidades, exames escolares, escolha profissional, violência, padrões rígidos de beleza, entre outros.

Quanto aos fatores internos, são aqueles que se referem às características pessoais de cada um, como a vulnerabilidade biológica e psicológica, representada por certa predisposição a depressão, perfeccionismo e senso de responsabilidade exagerados e baixa auto–estima.

É importante lembrar que relatos de agitação, euforia, insatisfação, queixas constantes, presença do sentimento de falta de compreensão e um desconforto com as mudanças que estão ocorrendo com o próprio corpo, são comuns nesta fase da vida, não representando necessariamente um sintoma patológico. Porém é preciso cautela ao banalizá-los.

Quando o adolescente começa a apresentar determinados comportamentos, que de uma forma ou de outra estão afetando negativamente suas relações cotidianas é preciso averiguar. Se com relação ao grupo de amigos, ele preferir ficar sempre sozinho no computador, ao invés de sair para encontrá-los, na escola, ficando muito isolado, envolvido em confusões e apresentando baixo rendimento escolar, e na família, evitando de toda o contato com os pais, é preciso investigar a possibilidade de ele estar apresentado um quadro de stress.

Sinais do stress no adolescente

Um dos principais sintomas observados nos consultórios dos especialistas é a presença constante do quadro de insônia. Este fenômeno gera inquietação por que nesta fase do desenvolvimento, o funcionamento fisiológico e psicológico de seu corpo é muito intenso, por este motivo, o adolescente apresenta muita necessidade de sono para poder recarregar suas baterias para o dia seguinte. Além da insônia outros sintomas podem ser observados, tais como:

* Desânimo,

* Impaciência,

* Dores de cabeça,

* Falta de concentração,

* Cansaço excessivo ou entusiasmo exagerado e repentino,

* Uso de drogas

* Isolamento social.

Há solução para o stress?

Não existe uma receita infalível, principalmente no que se refere ao adolescente, mas alguns passos podem ser adotados como medidas de preventivas ou de enfrentamento dependendo do caso.

* Alimentação saudável.

* Atividades físicas e em grupo.

* Controlar o uso do computador, estipulando um tempo para seu uso.

* Sempre que possível o adolescente deve estar ao ar livre, em contato com a natureza.

* Ter um espaço junto aos pais, escola ou amigos, onde o adolescente possa se sentir seguro para expor seus medos e angústias.

* Aprender técnicas de relaxamento.

* Evitar o uso de medicamentos, álcool ou outro tipo de drogas, tais recursos podem mascarar o stress, e não irão auxiliar no tratamento do problema. No caso do stress já estar instalada é recomendado procurar um especialista, psicólogo ou psiquiatra, para uma avaliação e se necessário um acompanhamento psicológico.

Considerações finais

A adolescência é uma fase de rara beleza, nela tudo floresce, o corpo, as possibilidades intelectuais, o sexo e a vida nessa etapa é experimentada de forma urgente e intensa. Mas não nos esqueçamos que em pleno séc. XXI, este indivíduo é arrebatado por centenas de conceitos, modismos, crises econômicas e tudo mais, pois é um cidadão do mundo e como tal sofre todas as desventuras advindas desta realidade. Portanto, nada mais justo que oferecer a esses futuros adultos suficientes condições para que possam usufruir de um estilo de vida produtivo. E para isso uma das opções é que pais, educadores e o próprio adolescente, tenham conhecimento sobre as questões pertinentes ao stress, suas causas, sintomas e possíveis soluções. Dessa forma estaremos trabalhando juntos para que ele possa seguir em frente em condições de usufruir de forma criativa e inovadora sua bela jornada de vida.

Referências bibliográficas

CALAIS, S.; ANDRADE, L.B. e LIPP, M. E. N. ( 2003). Diferenças de sexo e escolaridade na manifestação de stress em adultos jovens. Psicologia: Reflexão e Critica, vol.16, no.2. RS, Porto Alegre.

CIULLA, L. (1976). SAÚDE MENTAL: nas etapas da vida. RS, Porto Alegre: Movimento.Estatuto da Criança e do Adolescente. Lei 8.069/90 – Apresentado por Sírio Darlan (Juiz da 1ª.). Vara da Infância e da Juventudo. Rio de Janeiro: DP&A, 4ª. Ed, 2002.

GATA, A O. (2004). Prefácio. In: LIPP, M. E. N. (org.). O STRESS NO BRASIL: Pesquisas avançadas. Campinas, SP: Papirus.

PEREIRA, A. I. (2005). Stress escolar percebido pelo aluno. Revista Bienal, Ed. 7.

ZAGURY, T. (2000) Limites sem trauma. RJ, Rio de Janeiro: Record.



Por: Gisele Cristine Tenório de Machado Levy

Mestre Educação UERJ - Psicologa

10 de set. de 2010

SEMANA NACIONAL DO TRÂNSITO 2010

CONCURSO: CINTO DE SEGURANÇA E CADEIRINHA

1-Objetivo: Incentivar a produção de trabalhos voltados ao tema da Semana Nacional do Trânsito 2010.

2-Participantes: Alunos regularmente matriculados em instituições de ensino de nível básico (públicas ou privadas) na cidade de Rio do Sul.

3-Categoria: Ensino Fundamental- 1º a 4º séries (1º ao 5º anos).

4-Trabalho: Elaboração de Cartaz

4.1-Tema: Como deve ser transportada em veículos, a criança da sua idade em segurança?

4.2-Apresentação: Pintura, colagem ou desenho (com ou sem texto), em folha de papel A3, utilizando qualquer material permanente (tinta, canetas, lápis de cor, canetinhas, giz de cera...), recortes de revistas e jornais. Não serão admitidos desenhos ou colagens elaborados em computador, decalques, logomarcas governamentais, logomarcas de promotores deste concurso e imagens registradas. Os trabalhos poderão ser enviados enrolados ou dobrados, e deverão conter no seu verso o nome do aluno, a série (ou ano) que freqüenta e o nome da sua escola.

4.3-Confecção: Os trabalhos deverão ser confeccionados no mês de setembro de 2010 ,exclusivamente nas escolas e pelo próprio aluno.(Os trabalhos não poderão ser levados para serem confeccionados fora do local da escola)

4.4-Data e Local de entrega dos trabalhos: Os trabalhos poderão ser entregues pelas escolas, após a primeira etapa da pré seleção feita pelas próprias escolas, no prazo máximo até o dia 30 de setembro de 2010, no seguinte endereço:

CAC-Centro de Avaliação de Condutores (A/C Psicóloga Adriana B.Zluhan), Al.Aristiliano Ramos,nº610-1ºandar, Centro, Rio do Sul-SC,Telefone:3522-7050 Horário de Funcionamento:Segunda-feira 8:30hs às 12:00hs e das 13:30hs às 17:30hs, Terça-feira 8:30hs às 12:00hs, Quarta-feira 8:30hs às 12:00hs, Quinta-feira 8:30hs às 12:00hs e das 13:30hs às 17:30hs, Sexta-feira é fechado.

Obs: Quando da entrega dos trabalhos no local acima informado, todas as escolas assinarão uma lista de comprovação da entrega ,especificando a quantidade de trabalhos entregues.

5-Julgamento: Todos os trabalhos passarão por duas etapas de avaliação.

5.1-Primeira etapa, Pré seleção: Os trabalhos passarão por uma triagem realizada pela própria escola onde o aluno encontra-se matriculado. A escola será responsável por excluir os trabalhos que estiverem em desacordo com as especificações contidas neste regulamento, bem como escolher, separar e ordenar 3(três) cartazes (por série ou ano), que em sua opinião melhor estão representando o tema.

5.2-Segunda etapa, Seleção final: Após a pré-seleção realizada pelas próprias escolas, os trabalhos serão julgados de acordo com critérios de caráter eliminatório:

Critério Pontuação

a)Adequação ao tema 25 pontos

b)Criatividade 25 pontos

c)Originalidade 25 pontos

d)Composição do cartaz 25 pontos

TOTAL 100 pontos

6-Comissão Julgadora: Será constituída pela Comissão Organizadora da Semana Nacional do Trânsito 2010 da cidade de Rio do Sul-SC e patrocinadores deste evento. A Comissão Julgadora analisará e pontuará os trabalhos segundo os critérios técnicos definidos neste Regulamento, contribuindo para a classificação dos finalistas, identificando e elegendo 1 (um) trabalho por cada série ou ano.

7-Premiação: Os prêmios serão assim distribuídos:

1(Um) Trabalho do 1º ano do Ensino Fundamental= 1 Bicicleta

1(Um) Trabalho do 2º ano do Ensino Fundamental= 1 Bicicleta

1(Um) Trabalho do 3º ano do Ensino Fundamental= 1 Bicicleta

1(Um) Trabalho do 4º ano do Ensino Fundamental= 1 Bicicleta

1(Um) Trabalho do 5º ano do Ensino Fundamental= 1 Bicicleta

8-Divulgação dos Resultados: A relação dos premiados será divulgada pelos meios de comunicação local (jornais, rádio e TV), tão logo se tenha os resultados.Os premiados serão informados pela escola.

9-Cerimônia de premiação: Após a divulgação dos resultados finais, a Comissão Organizadora da Semana do Trânsito 2010 de Rio do Sul-SC, realizará uma cerimônia de premiação dos vencedores, no dia 13 de outubro de 2010 às 19:00hs, no auditório da Secretaria Municipal de Educação de Rio do Sul.

10-Disposições Gerais: Todos os trabalhos encaminhados, inclusive os dos vencedores,serão devolvidos para suas respectivas escolas. Eventuais dúvidas relacionadas a este concurso e seu Regulamento podem ser esclarecidas por meio do endereço eletrônico:adriana_braatz@hotmail.com, ou telefones:3521-4340, 3522-7050,8826-7040,A/C Adriana Braatz Zluhan

Fonte: NTE de Rio do Sul